Conheça o caso Operação Wanda, deflagrada em março deste ano
Todos os anos, diversos tipos de golpes e fraudes são inventados para burlar os sistemas burocráticos brasileiros e enganar os Entes Públicos e as pessoas, que precisam receber dinheiro de algum órgão público.
Fraudes contra os órgãos públicos, diretamente, costumam ser mais raras, mas as fraudes e golpes aplicados em cidadãos crescem consideravelmente, já que é relativamente mais fácil enganar os credores.
Para se ter ideia de como as fraudes são absurdas, em um dos casos, um credor do Estado já havia falecido há três décadas. Os fraudadores fizeram a falsificação dos documentos da vítima para enganar o Ente Público e conseguir receber o precatório do credor falecido, que à época teria 100 anos de idade.
Diante disso, podemos perceber que os limites para golpes com precatórios praticamente não existem. Por isso, é importante se preparar para não cair em nenhuma fraude do tipo com o seu precatório.
Então, vamos conhecer outro destes golpes mais recentes, aplicados em credores de precatórios ainda em 2020.
Operação Wanda
O nome da operação faz referência à pessoa que seria a titular do valor a ser recebido (cerca de R$ 300 mil). O golpe de precatórios era aplicado por uma quadrilha em Tocantins, principalmente, mas pode ter ramificações em outros Estados brasileiros, segundo a Polícia Federal.
A descoberta deste golpe aconteceu em março deste ano, por meio de uma agência da Caixa Econômica Federal que identificou uma possível fraude. A agência acionou a PF que aguardou no local do recebimento e efetuou a prisão em flagrante dos envolvidos, dentre eles uma senhora de 78 anos que se passava pela Wanda. Isso aconteceu graças ao fato de que Wanda morava em outro Estado e não fazia ideia ainda de que o valor estava disponível para saque na Caixa.
Mas esse é apenas um exemplo de fraude que acontece devido ao fato de que os Tribunais de Justiça liberam em seus portais, por Lei, os números dos processos relacionados a precatórios, com a ordem de preferência para pagamento e o valor devido, tudo isso livre para consulta pública.
Neste caso específico, os criminosos fariam o uso de uma procuração falsificada para realizar o saque na agência da Caixa. Esse tipo de falsificação acontece porque os bancos exigem apenas a procuração particular.
Exigir a procuração pública, atestada pelo cartório judicial onde corre a ação, traria mais segurança para o processo de retirada dos valores do precatório, em vez de usar uma procuração particular simples, que tem firma reconhecida por um cartório comum.
A Operação Wanda é apenas mais uma das muitas notícias de golpes divulgadas pelos jornais. Todos os dias, os criminosos criam novas formas de fraudar precatórios ou enganar credores que estão esperando há anos pela liberação do pagamento.
O que indicamos é ficar bastante atento a esse tipo de contato. Procure não fornecer informações pessoais a ninguém e desconfie de cartas, e-mails e ligações de pessoas dizendo que podem ajudar você, credor, a receber antecipadamente pelo seu precatório, e mesmo de pessoas que oferecem esse tipo de antecipação sem pedir nenhum valor como pagamento.
O precatório não pode ser antecipado pelo credor em nenhuma hipótese, além das que já falamos aqui no blog: por portar algum tipo de doença grave, ser idoso ou por um acordo entre o Ente Público e o credor para receber um valor menor, à vista.